Em Campo Mourão e nos municípios mais próximos, as lavouras de soja estão em pleno desenvolvimento. A chuva está favorecendo as plantas. Porém, o mesmo clima que beneficia as lavouras também é propicio para o surgimento de doenças, como a ferrugem asiática, por exemplo. E a orientação é para que haja um acompanhamento constante dos produtores em suas lavouras.
Até o momento foram registrados sete focos de ferrugem asiática no Paraná, sendo que três delas estão em municípios da região de Campo Mourão. O primeiro caso foi em Nova Cantu. Também há registros da doença em Boa Esperança e Ubiratã. Das sete ocorrências no Estado, quatro foram em novembro e três em dezembro.
De acordo com o supervisor técnico da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Marcelo Sumiya, as lavouras estão se desenvolvendo de forma normal. Ele recomenda que os produtores monitorem as plantas e que qualquer dúvida deve ser sanada. A orientação é para que for encontrado algum vestígio que pode ser início da doença, amostras da planta devem ser encaminhadas para alguma unidade da Coamo, onde serão analisadas. “Estamos tendo um clima bom para as lavouras. Tem chovido bem, com temperaturas elevadas durante o dia e mais amena à noite. Mas é preciso um cuidado especial, pois é deste tipo de clima que as doenças gostam”, ressalta.
O supervisor observa que o produtor deve sempre ouvir as recomendações da equipe técnica que presta assistência na propriedade. “O agricultor deve ouvir alguém que seja de sua confiança, e se a orientação for para que faça a aplicação de fungicida como forma de prevenção, a aplicação deve ser feita. A prevenção é sempre melhor quando a planta está com um tamanho menor. Quando estiver com folhas maiores, a dificuldade de controle também é maior”, pondera. Sumiya ressalta que o mesmo fungicida que controla a ferrugem também previne o aparecimento de outras doenças, que também pode causar danos.
Na safra passada, de acordo com o Consórcio Antiferrugem, foram identificadas 2370 ocorrências de ferrugem, sendo que o primeiro foco, em lavoura comercial, foi registrado em 17 de novembro. A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que a baixa umidade do inverno desfavoreceu a brotação de plantas voluntárias e a sobrevivência do fungo causador da doença. Apesar do sucesso do vazio sanitário e do atraso no cultivo da soja pela falta de chuvas, o registro do primeiro foco de ferrugem está ocorrendo na mesma época do ano, comparando-se com a safra passada. “Por isso, os cuidados devem ser redobrados a partir de agora, quando as primeiras lavouras semeadas começam a entrar no período de florescimento. Nesta fase, aumenta a probabilidade de ocorrência da doença, em função da favorabilidade para infecção proporcionada pelo microclima (maior umidade e sombreamento que ocorrem com o fechamento da lavoura)”, explica a pesquisadora.
Segundo ela, as orientações para o manejo da doença não se alteram, devendo ser realizado o monitoramento das lavouras e o acompanhamento da ocorrência da doença na região. “O controle de ferrugem deve ser feito após os sintomas iniciais da doença na lavoura, ou preventivamente, levando em consideração o desenvolvimento da cultura, a presença da ferrugem na região, as condições climáticas, a logística de aplicação, a presença de outras doenças e o custo do controle”, ressalta. (Fonte: Tribuna do Interior)
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