domingo, 8 de abril de 2012

Ubiratã, a insegurança que aterroriza e incomoda. Março de 2012, um mês para esquecer e que manchou a história de Ubiratã


Sargento Teodoro, comandante da PM
de Ubiratã

Março foi um mês atípico na história de Ubiratã: o município, com 23 mil habitantes, registrou quatro mortes durante o mês. O número é igual ao registrado na soma entre 2010 e 2011, que tiveram duas mortes cada. “É o pior mês da história”, avaliou o sargento da Polícia Militar (PM) Heveraldo Teodoro Alves. Uma quadrilha de assaltantes de ônibus pode estar por trás das mortes recentes.
Somente em março deste ano, um policial militar, dois criminosos e um adolescente foram mortos no município. “Já aconteceu de termos cinco ou seis mortes no ano, mas, para um mês, foi um número muito alto”, avaliou o sargento.
Entre os 31 municípios atendidos pelo 11º Batalhão da Polícia Militar (11º BPM), Ubiratã é a terceira cidade com o maior número de ocorrências policiais e apreensões de armas, atrás apenas de Campo Mourão (85 mil habitantes) e Cianorte (70 mil habitantes). Em Cianorte, por exemplo, nenhum homicídio foi registrado em 2012.
De acordo com a Polícia Civil de Ubiratã, o número foi atípico porque uma quadrilha de assaltantes a ônibus se instalou na cidade. Três das quatro mortes de março estão relacionadas com o grupo. “Claro que [o número] assusta, mas a população sabe que a polícia eliminou a quadrilha”, explica o delegado Roberto Luís Camargo.
Apenas um integrante está foragido. Ele é conhecido pela polícia como “Dino”. “É um dos mais perigosos do grupo”, avaliou Camargo. Apesar disso, o delegado diz acreditar que o assaltante não agirá sozinho porque a polícia já prendeu o líder do grupo.

Casos
O primeiro caso de homicídio registrado foi em 10 de março, quando um adolescente morreu após ser baleado em uma praça. Segundo o delegado da Polícia Civil, o caso não tem relação nenhuma com a quadrilha, que passou a agir no dia seguinte ao homicídio do garoto.
Em 11 de março, o grupo assaltou uma família, dona de um mercado na região. Ao todo, entre cheques e dinheiro, foram roubados, aproximadamente, R$ 100 mil. Durante a fuga, os criminosos trocaram tiros com a PM e o policial Daniel Lelis foi assassinado.
Durante um arrastão policial, em 12 de março, a PM voltou a encontrar os criminosos. Na troca de tiros um dos assaltantes, que supostamente teria assassinado Lelis no dia anterior, acabou morto. Na mesma data a polícia recuperou o dinheiro roubado no dia 11.
A quadrilha voltou a praticar assaltos em 25 de março, quando uma caminhonete foi roubada em Cafelândia. O veículo foi usado para roubos a ônibus na BR-369, próximo a Ubiratã. A polícia voltou a trocar tiros com os criminosos e um integrante do grupo foi morto. Outros três assaltantes escaparam por um matagal próximo a rodovia, mas acabaram presos horas mais tarde. O único que escapou e segue foragido, é “Dino”.

Reportagem extraída da Gazeta Maringá 

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