sábado, 28 de julho de 2012

“Bradock” coloca ordem na cadeia de Ubiratã e Campina da Lagoa

Delegado Bradock. (Foto:Ana Carla Poliseli)
É o fim da moleza para presos de Ubiratã e Campina da Lagoa. Conhecido por sua postura rígida, o polêmico delegado Mário Sérgio Zacheski, o “Bradock”, chegou à cidade há cerca de 20 dias e colocou ordem na cadeia. Segundo ele, o presídio estava “muito tumultuado”. Entre as regalias, os presos tinham até celular com internet e geladeira. “Bandido quer moleza vá tomar sopa com canudinho. Acabou a moleza”, avisou.
“Bradock” foi transferido de Reserva, na região dos Campos Gerais. O delegado disse que durante toda a sua carreira tem atuado no interior. Segundo ele, os presos não precisam mais que um colchão, uma peça de roupa e travesseiro. “É o que o Estado manda dar. Não precisam mais que isso. Nem rádio, caneta, nem mais nada. Quem quer conforto não cai preso”, comentou. Apesar da fama, “Bradock” não se considera polêmico. Diz-se “duro na queda”.
O delegado explicou que a maioria dos aparelhos chega aos presos pelos próprios familiares. Muitos dos acessórios, segundo ele, chegam escondidos nos órgãos genitais. Ele frisou que agora os visitantes passam por revistas rigorosas. “Quem não quiser passar pela revista que não venha visitar preso. A revista é rigorosíssima”, avisou.
Atualmente a cadeia de Ubiratã abriga 60 detentos. Os banhos de sol, que antes eram durante todo o dia, agora serão de apenas 15 minutos por dia. Já as visitas apenas às quartas-feiras. Das 8h ao meio dia. “Bradock” revelou que a cadeia de Campina da Lagoa, a qual ele também é responsável, estava na mesma situação. Só não tinha geladeira.
Apesar do posicionamento enérgico, o delegado não teme risco de rebelião. “O preso tem que entender que aqui não é colônia de férias, é presídio. Se ele quiser moleza não caia na cadeia. Vai ter que pagar a bronca. Comigo não tem. Se errou o azar é dele. Se ele acha que está ruim pode ficar pior”, disse.
“Bradock” acrescentou que na maioria dos presídios, pelo interior do Estado, os presos vivem com regalias. Em algumas cadeias, segundo ele, tem até freezers. A desordem, segundo ele, é reflexo da falta de policiais. O delegado comentou que sua conduta na cidade já tem incomodado os próprios familiares dos detentos. “Muitos vão ao fórum e reclamam. Mas estou muito preocupado com isso”, ironizou.
Curiosidades
Não é à toa que o delegado leva o apelido de “Bradock”, personagem do ator americano Chuck Norris. Em seus vários feitos, ele já denunciou prefeitos, vereadores e autoridades de cidades por onde passou, por envolverem-se em corrupção e outros artigos do Código Penal. Num dos mais famosos, denunciou um ex-prefeito de Andirá, por envolver-se no desvio de verbas na construção de um banheiro.
Praticante de caratê e musculação, sempre com um colete recheado de granadas e armado com pelo menos duas pistolas, uma faca e um canivete, “Bradock” cultiva um estilo cinematográfico, não há dúvida. Ele gosta de ação. Há cerca de quinze anos, diante da ameaça de invasão da delegacia de Querência do Norte por um grupo de sem-terra que queria libertar colegas que ele havia prendido, o delegado foi para a frente da cadeia empunhando algumas granadas. Segundo ele, explodiria tudo caso a invasão ocorresse.
Os números oficiais atestam que nas cidades por onde ele passou, a criminalidade diminuiu e o total de bandidos presos cresceu. Em Rio Negro, por exemplo, encontrou oito homens na cadeia ao chegar e deixou 65 ao partir. Formado também em letras, matemática e bioquímica, “Bradock” concluiu por último o curso de direito e tornou-se delegado. Antes, foi professor e farmacêutico. Também já foi deputado estadual. (Reportagem: Tribuna do Interior)

Um comentário:

  1. leandro.psilva@hotmail.com28 de julho de 2012 às 18:49

    Parabens ao Bradock, se ao menos 20% de nossas autoridas fosse com este perfil, acriminalidade seria bem menor. E de pessoas assim que precisamos!!!!

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