A polícia russa, alertada por excursionistas, encontrou 248
fetos humanos, provavelmente resultantes de abortos, em um bosque de
Sverdlovsk, na região dos Urais, informaram nesta terça-feira fontes judiciais
locais.
"Estamos investigando esta descoberta. Esperamos os
resultados", disse à AFP uma porta-voz da promotoria, sem dar maiores
detalhes.
Elena Mizulina, presidente da Comissão pela Família, as
Mulheres e a Infância da Duma (Parlamento russo), denunciou a existência de uma
filial clandestina que negociaria fetos de abortos tardios para a produção de
cosméticos.
Os fetos estavam em quatro tonéis de plástico e foram
descobertos na noite de domingo perto da cidade de Anik, a 75 km de Ekaterimburgo,
capital da região, destacou uma fonte do Ministério do Interior.

"Segundo investigações preliminares, pelo menos quatro
hospitais poderiam ter alguma relação" com este caso, disse o porta-voz
Valéri Gorelyj.
Os legisladores russos exigiram nesta terça-feira que esta
descoberta "chocante" seja meticulosamente investigada, já que
poderia lançar pistas sobre casos de abortos clandestinos.
As circunstâncias do caso permitem "chegar à conclusão
de que temos pistas de um comércio criminoso" de fetos, disse Mizulina.
Segundo ela, informações não confirmadas da imprensa indicam
que os embriões encontrados têm entre 10 e 15 centímetros ,
tratando-se, portanto, de fetos que excedem o prazo previsto na lei para um
aborto.
"Todos os anos são praticados entre 5 e 6 milhões de
abortos clandestinos na Rússia, clandestinos porque são realizados além do prazo
autorizado pela lei" (de 12 semanas de gestação), disse.
Autorizado pouco depois da Revolução Bolchevique de 1917, o
aborto é amplamente praticado na Rússia, onde a pílula anticoncepcional era
praticamente desconhecida até o fim do regime soviético, em 1991.
De acordo com as estatísticas russas, 1,2 milhão de abortos
são registrados todos os anos na Rússia, um número oficial robusto se comparado
ao 1,7 milhão de crianças que nascem anualmente.
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