quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ministério Público pede a cassação do registro de Orlandinho

Orlando: complicações
O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do registro de Orlando Francisco Vieira Filho (PSDB), o Orlandinho da Farmácia, candidato a prefeito de Ubiratã, no Oeste do estado. O atual vice-prefeito da cidade é acusado de utilizar bens da prefeitura para promoção de sua campanha política. A denúncia do MP foi aceita pela Justiça.
A ação que tramita em sigilo na 98ª Zona Eleitoral foi gerada a partir da prisão, em julho, de um homem acusado de vender supostas facilidades para interessados no programa "Minha Casa, Minha Vida", financiado pelo governo federal. Após permanecer 14 dias preso, o marceneiro Anderson Magalhães Jesus confessou ao MP que realizava a cobrança ilegal e denunciou o vice-prefeito, gestor do "Minha Casa, Minha Vida" no município, por utilizar o programa com objetivos eleitorais, atuando como garantidor da negociação. Policiais cumpriram mandados, deferidos pela Justiça, de busca e apreensão na farmácia e no gabinete utilizado por Orlandinho.
Na prefeitura, o MP revelou ter apreendido "provas robustas" que embasaram a denúncia por crime eleitoral. A promotora que atua no caso analisa ainda se a competência sobre as denúncias de cobrança ilegal no programa do governo federal pertence ao MP do estadual ou ao Ministério Público Federal. Nesta semana, o candidato do PSDB foi indiciado no inquérito policial, instaurado com a prisão de Jesus, por suposta participação na prática de estelionato. A Polícia Federal em Cascavel aguarda comunicação oficial sobre o caso. O delegado da PF, Mozart Person Fuchs, disse que a competência de investigação, denúncia e julgamento em fraudes envolvendo o programa habitacional são de competência dos órgãos federais.
De acordo com a versão do marceneiro, Orlandinho teria lhe proposto, como oferta de trabalho, a intermediação para a liberação das casas do programa. Em entrevista a Gazeta do Povo, Jesus disse que o vice-prefeito o incumbiu de procurar pessoas "com bom número de votos" para se habilitarem no programa. "Eu procurava as pessoas indicadas e as levava até o gabinete, onde o Orlandinho dizia que era responsável pelo programa na cidade e garantia que elas seriam escolhidas. Como fui um dos habilitados no programa, ele dizia para os interessados que ele havia me ajudado, o que não ocorreu. Quando saía da prefeitura, eu cobrava uma 'corretagem' pelo serviço", disse ele.
Segundo a polícia, Jesus cobrava taxas que variavam entre R$ 600 a R$ 3 mil, parceladas em até dez vezes. Cheques com os pagamentos foram apreendidos pelos policiais. Algumas das vítimas que não foram selecionadas pelo programa denunciaram o pagamento na delegacia. O marceneiro acusado e a filha do vice-prefeito estão entre os contemplados com casas do "Minha Casa, Minha Vida". O programa do governo federal prevê a construção de 269 unidades habitacionais no município ao custo de R$ 13,7 milhões. Segundo as regras do governo, a prioridade de atendimento é para famílias cuja renda de todos os membros fique entre R$ 750 e R$ 1,4 mil mensal.
Negativa e erro
Em entrevista a Gazeta do Povo, o candidato Orlandinho da Farmácia negou as acusações. Segundo ele, as denúncias são “armação política”. Disse que o marceneiro o procurou em seu gabinete para saber se haviam casas disponíveis para alguns conhecidos. “Ele foi habilitado pelo programa e me falou que teria outros interessados. Por isso que eu o recebi algumas vezes na prefeitura ou na farmácia. Quando fiquei sabendo que ele cobrava, falei para as pessoas procurarem a polícia”, informou.
Sobre as provas que teriam sido encontradas em seu gabinete, Orlandinho afirmou que foram apreendidos computadores em seu gabinete. “Quando fui fazer a campanha, o gabinete passou a ser usado pelo assessor de imprensa da prefeitura, que também trabalhava eventualmente para a campanha. Ele utilizou o computador para enviar material informativo sobre a campanha. Isso foi um erro e ele já foi demitido da prefeitura”, disse o candidato. Além da apreensão dos computadores, o MP diz ter encontrados fotos e documentos que comprovariam prática de crime eleitoral.
O candidato do PSDB também falou sobre a escolha do nome de sua filha. “Ela é solteira, mas vai se casar e atendeu todas as exigências. Além isso, faltou interessados na procura. Ela até estaria disposta a esperar uma segunda chamada, mas para o inicio da construção era necessário um número mínimo de pessoas”, explicou. (Fonte: Gazeta do Povo)

ACESSE O LINK DA REPORTAGEM.


2 comentários:

  1. Acho que com este artigo o povo aprende em votar em alguem copetente!

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  2. Corrupção existe em toda classe, meios, partidos. A sociedade brasileira é totalmente corrompida. Nem os civis se salvam.

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