Dos 25 municípios da região da Comunidade dos Municípios da
Região de Campo Mourão (Comcam), apenas quatro tiveram aumento populacional em
uma estimativa divulgada ontem no Diário Oficial da União. A pesquisa é baseada
em rigorosos cálculos envolvendo os resultados do Censo 2010, natalidade,
mortalidade e mobilidade populacional. Além de Campo Mourão, que ultrapassou a
barreira dos 88 mil habitantes, subindo de 87.710 (Censo 2010) para 88.209,
Araruna também foi de 13.445 para 13.471, assim como Peabiru (13.635 para
13.645) e Terra Boa, que dos 15.864 habitantes do censo de 2010 alavancou para
15.948, em 2012.
Esse balanço tem referência com a data de 1º de julho deste
ano. O chefe da agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE) de Campo Mourão, Devair Jesus de Souza, disse que o levantamento é feito
com base nos números dos últimos Censos. Por isso, onde houve queda
populacional na contagem de 2010,
a tendência é de que os números continuem em baixa.
“Assim como os municípios, como Campo Mourão, que teve aumento populacional, a
taxa deverá ser sempre de acréscimo. A estatística é realizada com base no
número de nascimentos, reduzindo pelos óbitos registrados ano a ano. O IBGE faz
apenas uma projeção nos anos em que não acontece o Censo”, afirmou.
90 mil habitantes
Pelos números de crescimento que apresenta Campo Mourão,
Souza acredita que até 2015, quando o IBGE divulga o próximo Censo, o município
deverá ultrapassar a casa dos 90 mil habitantes. “Vejo que essa meta está bem
perto de ser alcançada e espero que seja logo. É apenas uma expectativa que
anunciamos, mas como mourãoense que trabalha no Censo e mora nesta cidade,
ficarei muito feliz quando avançarmos dos 90 mil habitantes”, disse ele. Para o
próximo ano, o chefe do IBGE espera aumento ainda maior.
Para Souza, Campo Mourão tem atraído novos moradores,
principalmente pelas universidades que estão dispondo de vários cursos para os
jovens. “Muitos jovens de cidades mais distantes, e até de outros estados,
mudam para Campo Mourão para estudar e logo em seguida, a família acaba vindo
também. É uma forma de dar mais amparo e evitar que o filho fique morando em república. Isso é
reflexo também de um comércio e de um setor industriário mais forte na cidade”,
declarou.
Decepção
Mas se por um lado Campo Mourão comemora o aumento
populacional, tem prefeito da região, onde houve números negativos, que coloca
em dúvida o resultado dessa pesquisa. É o caso do prefeito de Iretama, Antonio
José Quesada Piazzalunga, o “Toinzé” que viu mais gente chegando em sua cidade
do que saindo, principalmente a partir do mês de abril desse ano. “Eu nunca
consegui entender essas pesquisas do Censo. Para se ter uma ideia, a partir de
abril desse ano, 19 famílias chegaram de mudança em Iretama e apenas três
saíram. Tenho esse levantamento e agora essa pesquisa vem dizer que perdemos.
Não dá para entender”, frustrou-se o prefeito “Toinzé“.
Por outro lado ele não vê prejuízos com o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM). “Por enquanto não estamos tendo problemas,
graças a Deus.” Pelo censo de 2010, Iretama tinha 10.568 habitantes, contra
10.515 dessa estimativa divulgada ontem no Diário Oficial da União.
O prefeito de Quinta do Sol Antônio Roberto de Assis vê como
normal a perda de moradores, por entender que seu município é essencialmente
agrícola. “A perda maior está na zona rural. Muitas famílias de outras cidades,
que trabalhavam em fazendas foram embora. A máquina tem superado o homem e onde
eram necessários cinco famílias para o trabalho, hoje restam no máximo duas ou
três”, lamenta. Sobre as perdas com o FPM, Assis também entende como normal
nessa época do ano. “Todo esse período do ano temos uma queda acentuada, de
pelo menos R$ 300 mil, mas é normal.”
Prazo
A tabela com a população estimada para cada município foi
publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 31 de agosto de 2012. Está
previsto, no artigo 102 da lei nº 8.443, acima citado, que, até 20 dias após a
publicação das estimativas, os interessados poderão apresentar reclamações
fundamentadas ao IBGE, que decidirá conclusivamente. Em seguida, até 31 de
outubro, o IBGE encaminhará as estimativas definitivas ao Tribunal de Contas da
União.
Nenhum comentário:
Postar um comentário