terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ubiratã e mais 20 municípios da Comcam perdem habitantes. Campo Mourão, Terra Boa, Araruna e Peabiru registram aumento populacional


Dos 25 municípios da região da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam), apenas quatro tiveram aumento populacional em uma estimativa divulgada ontem no Diário Oficial da União. A pesquisa é baseada em rigorosos cálculos envolvendo os resultados do Censo 2010, natalidade, mortalidade e mobilidade populacional. Além de Campo Mourão, que ultrapassou a barreira dos 88 mil habitantes, subindo de 87.710 (Censo 2010) para 88.209, Araruna também foi de 13.445 para 13.471, assim como Peabiru (13.635 para 13.645) e Terra Boa, que dos 15.864 habitantes do censo de 2010 alavancou para 15.948, em 2012.
Esse balanço tem referência com a data de 1º de julho deste ano. O chefe da agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de Campo Mourão, Devair Jesus de Souza, disse que o levantamento é feito com base nos números dos últimos Censos. Por isso, onde houve queda populacional na contagem de 2010, a tendência é de que os números continuem em baixa. “Assim como os municípios, como Campo Mourão, que teve aumento populacional, a taxa deverá ser sempre de acréscimo. A estatística é realizada com base no número de nascimentos, reduzindo pelos óbitos registrados ano a ano. O IBGE faz apenas uma projeção nos anos em que não acontece o Censo”, afirmou.

90 mil habitantes

Pelos números de crescimento que apresenta Campo Mourão, Souza acredita que até 2015, quando o IBGE divulga o próximo Censo, o município deverá ultrapassar a casa dos 90 mil habitantes. “Vejo que essa meta está bem perto de ser alcançada e espero que seja logo. É apenas uma expectativa que anunciamos, mas como mourãoense que trabalha no Censo e mora nesta cidade, ficarei muito feliz quando avançarmos dos 90 mil habitantes”, disse ele. Para o próximo ano, o chefe do IBGE espera aumento ainda maior.

Para Souza, Campo Mourão tem atraído novos moradores, principalmente pelas universidades que estão dispondo de vários cursos para os jovens. “Muitos jovens de cidades mais distantes, e até de outros estados, mudam para Campo Mourão para estudar e logo em seguida, a família acaba vindo também. É uma forma de dar mais amparo e evitar que o filho fique morando em república. Isso é reflexo também de um comércio e de um setor industriário mais forte na cidade”, declarou.

Decepção

Mas se por um lado Campo Mourão comemora o aumento populacional, tem prefeito da região, onde houve números negativos, que coloca em dúvida o resultado dessa pesquisa. É o caso do prefeito de Iretama, Antonio José Quesada Piazzalunga, o “Toinzé” que viu mais gente chegando em sua cidade do que saindo, principalmente a partir do mês de abril desse ano. “Eu nunca consegui entender essas pesquisas do Censo. Para se ter uma ideia, a partir de abril desse ano, 19 famílias chegaram de mudança em Iretama e apenas três saíram. Tenho esse levantamento e agora essa pesquisa vem dizer que perdemos. Não dá para entender”, frustrou-se o prefeito “Toinzé“.

Por outro lado ele não vê prejuízos com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Por enquanto não estamos tendo problemas, graças a Deus.” Pelo censo de 2010, Iretama tinha 10.568 habitantes, contra 10.515 dessa estimativa divulgada ontem no Diário Oficial da União.

O prefeito de Quinta do Sol Antônio Roberto de Assis vê como normal a perda de moradores, por entender que seu município é essencialmente agrícola. “A perda maior está na zona rural. Muitas famílias de outras cidades, que trabalhavam em fazendas foram embora. A máquina tem superado o homem e onde eram necessários cinco famílias para o trabalho, hoje restam no máximo duas ou três”, lamenta. Sobre as perdas com o FPM, Assis também entende como normal nessa época do ano. “Todo esse período do ano temos uma queda acentuada, de pelo menos R$ 300 mil, mas é normal.”

Prazo

A tabela com a população estimada para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 31 de agosto de 2012. Está previsto, no artigo 102 da lei nº 8.443, acima citado, que, até 20 dias após a publicação das estimativas, os interessados poderão apresentar reclamações fundamentadas ao IBGE, que decidirá conclusivamente. Em seguida, até 31 de outubro, o IBGE encaminhará as estimativas definitivas ao Tribunal de Contas da União.

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